Max diz que é influenciado pelo pai, assim como por outros: "Ser comparado a ele não está ao meu alcance" |
“Isso é a nossa música, é muito versátil. Ela é reconhecida como uma das mais fantásticas do mundo justamente pela miscigenação. É uma representação do povo brasileiro. São pessoas diferentes transitando pelos mesmos lugares em diferentes situações”, diz Max. No entanto, a diversidade encontrada em Um quadro de nós dois não foi algo pensado. “Todas essas pessoas são de minha relação, amigos. Uns mais próximos, outros menos, mas o suficiente para estarem no meu círculo. Nos encontramos, nos esbarramos, convivemos e daí surgem as coisas”, explica.
O resultado disso é um disco que, segundo o autor, “vem numa sequência evolutiva em relação aos anteriores, nas composições, nos arranjos, no canto…”. Os anteriores são No calçadão (2003) e Com mais cor (2007). No de estreia, saiu o primeiro hit de Max, Canções de rei, parceria com Dudu Falcão. “A primeira vez em que vi Dudu eu nem o conhecia. Tinha vendido um equipamento para ele, e ele veio buscar no estúdio”, conta. Desse contato, nasceram Canções de rei e a amizade. “A gente se encontra para compor mesmo sem um projeto em vista. Às vezes, cria alguma coisa rapidinho, às vezes não compõe. Transcende a obrigatoriedade do trabalho, é uma maneira de estar junto, conversar besteira.”
Quadro de nós dois, O que é que você quer de mim e O samba que eu guardei, as três incluídas em Um quadro de nós dois, foram compostas durante esses encontros e guardam em comum com as demais faixas o romantismo, que dá clima a todo o disco. Nisso, Max lembra Djavan. “Influências (do pai) eu tenho, como tenho de muitas outras pessoas. Ser comparado a ele não está ao meu alcance. O que posso tentar é fazer um trabalho que tenha uma coisa pessoal, uma maneira de pensar, uma sonoridade. Se há comparação, não foi gerada por mim. Não é uma forçação soar diferente.” Max acredita que o fato de ser produtor ajuda nessa hora. “Se achar que está parecido, tenho o controle, posso mudar, fazer como achar melhor.”
Ajudam também as colaborações, que trazem novas tonalidades à música do artista. Como a do uruguaio Rodrigo Vicente, com quem ele compôs Vidas paralelas. “A gente se conheceu no Uruguai em 2005, depois disso, ele gravou uma música minha, eu cantei no disco e no DVD dele, e agora estamos fazendo outra música”. Ou como a da cantora Alcione, que faz dueto com Max em É hora de fazer verão (coautoria de Arlindo Cruz). “Quando mandei a música, ela adorou e ligou dizendo que faria. Depois de umas tentativas frustradas por causa de agenda, conseguimos nos encontrar para gravar e foi incrível. Alcione chegou sabendo a música toda.”
A hora do intérprete
“Meu trabalho tem uma coisa autoral, e é um desafio pegar uma música de que gosto muito e trazê-la para o meu universo”, diz Max. “A de Guilherme está inserida nesse contexto, quem não conhece poderia achar que ela é minha. Ao mesmo tempo, tem a relação com o instrumento, o violão. As músicas que escolho têm sempre a ver com esse momento, de pegar o violão e cantar músicas que adoro.”
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/10/06/interna_diversao_arte,272822/cantor-max-viana-se-consolida-como-artista-autoral-em-novo-disco.shtml