
Por Cláudio Barbosa
O Brasil é realmente surpreendente. Na Reserva Extrativista Mapuá, na Ilha do Marajó, foi construída em junho deste ano um centro de ensino diferente: a Escola Familiar Rural, que atende estudantes indígenas da tribo Mapuaara e outras famílias caboclas da região.
A reserva extrativista onde se encontra a escola fica em um dos quatro distritos que formam o município de Breves, o Distrito de São Miguel dos Macacos. Quem não é do lugar e quer chegar à reserva é necessário navegar durante 12 horas de barco em meio ao clima exótico da mata amazônica, passando por rios deslumbrantes, como o Estreito de Breves, Jaburu, Aramã e Mapuá.
Banhada pelo rio Mapuá, a inovadora escola atende cerca de 200 alunos de 1ª a 8ª série, e logo terá também o ensino médio. Segundo o prefeito do município de Breves, José Antônio Xarão Leão, o projeto tornou-se o orgulho da sua gestão, pois foi construída com recursos próprios, muita coragem e audácia. “Nossa escola é referência para prefeitos de outros estados e até outros países. Prefeitos da Europa já nos visitaram”.
O prefeito destaca que a diferença para outras escolas é que, além da localização desbravadora, o centro funciona por meio de uma nova metodologia de ensino - a pedagogia de alternância - que consiste em que os alunos fiquem internos durante 15 dias do mês e nos outros 15 voltem para os lares e apliquem seus conhecimentos junto a seus pais e familiares.
Em plena mata amazônica, na Ilha do Marajó, a Escola Familiar Rural é um exemplo de que: com vontade política e criatividade, a educação derruba barreiras e atravessa distâncias neste imenso Brasil.