segunda-feira, 2 de julho de 2012


A POESIA SEDUZ BRASÍLIA
Notícias - Notícias da ONG
Escrito por Ascom T-Bone


Poetas candangos mostram energia e força criativa em quatro dias de música, artes plásticas, teatro, brincadeiras e celebrações durante a 2ª Bienal do B

Quem ouve Fátima Guedes, a voz suave e, ao mesmo tempo forte, não imagina sua ligação com a palavra. “Sempre fui compositora. A carreira foi me levando para o palco, então resolvi estudar canto. E estudei e estudei muito”, revela a autora de Meninas da Cidade, popularizada na voz de ninguém menos que Elis Regina.

Pois nada mais coerente que uma musicista ligada ao verbo e ao verso para fechar com maestria a 2ª Bienal do B – a poesia na rua, realizada de 26 a 29 de junho na comercial da 312 Norte. Durante uma hora e meia, a cantora e compositora encantou os presentes com belíssima presença de palco e repertório de canções que marcaram a história da música popular brasileira desde 1978.

O sucesso das músicas, gravadas por grandes nomes como Ellis Regina, Simone, Alcione, Wanderleia, Nana Caymmi, se refletiu nos olhos atentos da plateia, que cantou junto e vibrou até o último segundo do bis. Fátima Guedes mostrou, na prática, o que considera mais desafiador em eventos ao ar livre.

“Tocar na rua é surpreendente. Tem um público casual que você pode conquistar a cada momento. Esse poder de sedução é muito gostoso”, disparou a artista, depois de um show de arrepiar.

Antes do show de Fátima Guedes, outro representante da cultura brasileira mostrou como as mãos podem transformar poesia em música. Desta vez as estrofes não tinham palavras, mas melodias dedilhadas pelas mãos do violonista Lucas Araújo.

Nascido no Rio Grande do Sul, o músico de apenas 27 anos presenteia a plateia brasiliense há seis, quando se mudou para Brasília para aprimorar o talento e conhecimento nas aulas do curso de música da Universidade de Brasília.

“É a terceira vez que participo de projetos no Açougue Cultural T-Bone, é muito importante que as pessoas tenham acesso mais fácil à arte”, observou Lucas, que chegou há apenas dois dias da Europa, onde se apresentou em curta turnê.

Antes da música, mais shows manuais. Ao invés de instrumento ou voz, bonecos e coordenação motora para dar vida aos personagens de um espetáculo de improviso e molecagem do Grupo Cagaita. Por quase uma hora, os papéis pareceram se inverter: enquanto os bonecos ganhavam vida, adultos e crianças partiam para uma aventura no mundo da imaginação.

De volta para a realidade, o homenageado da última noite da Bienal do B ajudou Brasília a dar um passo em favor da democracia e dos artistas locais. O deputado distrital Wasny de Roure (PT) abraçou uma causa que nasceu de produtores, artistas e ativistas culturais do movimento VivaArte, ao propor o Projeto de Lei 4.821/2012, que dispõe sobre as manifestações artísticas de rua. A proposta virou lei e encheu de esperança quem luta pelo acesso à cultura nos jardins e concretos da capital da República.

Depois de quatro dias regados a música, exposições, teatro e muita literatura, a Bienal do B comprovou, mais uma vez, que o lugar de arte é na rua. Que venham mais muitas edições do evento, que de bienal só tem o nome. Na comercial do Açougue Cultural T-Bone, por enquanto, é uma vez por ano. A poesia, no entanto, surge a todo momento, em qualquer lugar.

“A bienal se consolida nesta edição (2012) como espaço aberto para a produção poética da cidade. Mais de 70 poetas locais tiveram a oportunidade de mostrar sua produção artística, de aprender e ensinar. Brasília merece”, finalizou o idealizador do projeto, Luiz Amorim.

Por Natalia Emerich e Gadelha Neto


Foi um enorme prazer participar da produção dos shows que animaram a galera na posse da Presidente Dilma Roussef. Parabéns a todos que fizeram parte deste evento e um abraço especial ao Zelito Passos, maestro Manassés e banda, Zunga, Kleber Moraes, Klésio Borges, Davi Honório e Cassimiro.

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